OUTRO “ESPÍRITO”, OUTRO PÁSSARO (I)
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Discurso: MOVIMENTO ECUMÉNICO NOS NOSSOS DIAS
Local: SEMINÁRIO MAIOR DO PORTO
Autora: MARIA DE LURDES PINTASILGO
Data: 25 (26?) de Janeiro de 1964
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I
O ECUMENISMO, UM FACTO IRRECUSÁVEL
Recentemente (1), o P. Congar, pioneiro no caminho da unidade das confissões cristãs, falava do ecumenismo – “épreuve de l’Eglise”.(2) Que significa tal afirmação?
Significa que o ecumenismo não é apenas um episódio importante e sem continuidade, um sonho grande e sem ligação com a vida quotidiana dos cristãos, uma esperança nobre e sem fundamento sólido. Significa que o ecumenismo entrou na vida da Igreja; agitou ideias. Concepções, atitudes; inseriu-se no coração do Povo de Deus e nas normas de vida da Igreja-isntituição. O ecumenismo tornou-se – e de forma vertiginosa – “coextensivo a todas as manifestações da vida da Igreja” (3). É hoje parte inerente do Cristianismo, exigência a um tempo da comunidade cristã no seu conjunto e de cada cristão na individualidade da sua vida pessoal.
Esta irrupção do ecumenismo na vida da Igreja é um facto novo. Parece que só no nosso tempo acorda na Igreja a consciência colectiva, imperiosa e forte, do significado das palavras de Cristo:
“Que todos sejam um
Como Tu, Pai, o é em mim e eu em Ti,
Que eles sejam um em nós,
Que Tu me enviaste.” (Jo. 17, 21)
Parece que só hoje estas palavras são entendidas pelo povo cristão no seu pleno significado: o testemunho da unidade dos cristãos é essencial para a conversão do mundo. E esta afirmação há de compreender-se não unicamente na evidência do seu contrário, isto é, no reconhecimento prático e doloroso de que as divisões entre os cristãos impedem que o mundo reconheça Cristo e o siga. É mais longe que a oração de Cristo nos conduz é na unidade, na sua Leia o resto deste artigo »